RENASCITUDES

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Tardes Melodiosas



Como se fosse possível apagar
Ou ignorar o que diz a lua
Em fala mansa que leva a vibrar
Melodias desenhando a alma tua.

E a noite sempre virá acentuar,

O aceno entre uma ilha devastada
E o azul que adornava o seu mar
Nas tardes frescas da passarada.

Não há como rabiscar o esculpido;

Afastamo-nos dele, mas lá permanece
É como querer esquecer um alarido
Ou mesmo transformá-lo numa prece.

Eu fico com a melodia demarcada..

É o limite sinalizando desesperança.
Cada tom afagará a alegria furtada
Daquela última tarde na lembrança.

Autoria: Ilka Vieira

Alma Viva


Quero da vida o encontro com a magia da arte
Colher dela a sabedoria insigne do silêncio
Sair ilibada em passeio poético por toda parte
Soprando pétalas do meu coração "florêncio"

Quero da vida vagar lúcida sentindo-me louca
Chamando quem não conheço à luz da natureza
Na troca de prosa sem pressa ou de pressa pouca
Compartilhar a ópera silvestre em sua grandeza

Quero da vida envelhecer jovem sem esmolar cuidados
Repintar sonho desfeito, rir de sonho errante
Descalçar meus pés e deixá-los seguir descasados
Na brincadeira entre passado e impulsos doravante

Quero da vida rejuvenescer velha à brisa do mar
Tornar-me onda, passarada, barco à deriva...
Poeta triste, morto e ressuscitado para amar
Ilha habitada, corpo aquecido, Alma Viva !

Autoria: Ilka Vieira

Paisagem de Amor


Não há como empalidecer...
São cores pintadas pelas retinas
Pincéis bailantes do amanhecer
Traçando sonhos sem neblinas

Não há como desperceber...
São belezas expressivas a convidar
Advindas da vida sem merecer...
Ledices que a alma sabe desnudar

Não há como fugir...
São flores meninas criando raízes
Perianto ansioso a se definir 
Cenário de magia sem deslizes

Não há como afogar...
São águas sem profundidade
Repouso de pássaros em seu banhar
Espelho de lua na flor da idade

Não há como morrer...
São sinais de vida que adiam a morte
Serenidade dos EUS querendo viver
Renascimento do amor encontrando seu norte.

Autoria: Ilka Vieira