Como se fosse possível apagar
Ou ignorar o que diz a lua
Em fala mansa que leva a vibrar
Melodias desenhando a alma tua.
E a noite sempre virá acentuar,
O aceno entre uma ilha devastada
E o azul que adornava o seu mar
Nas tardes frescas da passarada.
Não há como rabiscar o esculpido;
Afastamo-nos dele, mas lá permanece
É como querer esquecer um alarido
Ou mesmo transformá-lo numa prece.
Eu fico com a melodia demarcada..
É o limite sinalizando desesperança.
Cada tom afagará a alegria furtada
Daquela última tarde na lembrança.
Autoria: Ilka Vieira