RENASCITUDES
domingo, 9 de setembro de 2012
A Minha Primeira Vez
Dedos a dedilhar-me em descobertas
Senti-me ilha, tesouro desvendado
Busca pelas minhas terras desertas
Murmúrio, cantiga de mar convidado.
Olhares fazendo-me "ver estrela"
Dorso saindo do colo... fazendo ninho
Piruetas traçando passos de “camela”
Suor, gosto de água virando vinho.
Sorriso no meu ventre de meia lua
Cheiro de mato desvirginando flor
Festa de sonhos adormecendo a rua
Esperança de viver verdadeiro amor.
Leito poético de rede na varanda
Abrigando corpos nus “do pecado”
E a brisa banhando com lavanda
Receios de haver algum culpado.
E o sol celebrando o amanhecer
Dourava minha face de juventude
Beijos suaves se fazendo prometer
Elo forte, ilusão traçando quietude...
Precocemente, o tempo injusticeiro
Trouxe-me a chuva, o frio, a solidão
Levou sem dó o meu amor primeiro
E cantiga de mar virou recordação.
Autoria: Ilka Vieira
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É tão bonito relembrar na íntegra e tornar poética a nossa primeira vez. Tinha que vir de você, grandiosa Ilka!
ResponderExcluirBjus
Raquel