RENASCITUDES

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Poço da Solidão



Faz escuro e eu canto.
Desobstruo e reforço as cordas,
descanalizo a necessidade de viver
por viver apenas,
sem saber por quê viver.

Aprecio as bordas do poço
e não me jogo, detenho-me por covardia,
renuncio, afasto-me lentamente,
corro, caio, quase não me levanto...
Mas, por um simples e cruel empurrão,
retorno ao fundo da minha solidão.

Autoria: Ilka Vieira

Nenhum comentário:

Postar um comentário