RENASCITUDES

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O Fado




Que entre o fado pela minha dor ouvida
Que me conduza ao sonho rompido,
belaz, mas covarde na minha ida,
desalgemando promessas do comprometido.


Ah, quantas noites de recolhimento
em solidão, que tormento!
Aproximei-me do cais...
Ouvi o fado traçando meu destino,
cantando os meus tristes ais.


Fatalmente como o fado,
embriaguei-me de passado,
deixei chorar meu coração,
ancorado à dévia paixão.


Autoria: Ilka Vieira






 

2 comentários:

  1. O Fado mora na tua alma há séculos... É como dizias sempre: — Acho que tenho raízes de outras vidas com Portugal!
    Lindo poema, minha querida Ilka e para confirmar a grandeza dele, um desfecho que só de ti poderia nascer:

    "Fatalmente como o fado,
    embriaguei-me de passado,
    deixei chorar meu coração,
    ancorado à dévia paixão"

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  2. "deixei chorar meu coração,
    ancorado à dévia paixão".
    Linda cena sentada no Porto com vista para Gaia e que tiver o prazer de presenciar.
    bjs,
    Tetê D´Oliveira

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