RENASCITUDES

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Nasce o Filho do Poeta!



É tarde!
O poeta não pode adormecer ainda
Sente as emoções do parto 
Um novo filho vai nascer!
Ainda não sabe o nome
Talvez um só pronome
Um verbo trazendo o passado
Ou um adjetivo ensaiado
Quem sabe um presente dos Deuses?
Ou um futuro abstrato 
Com descrição de um retrato...

Nasce o filho do poeta!

Chora de fome
Fome de afeto,
Carente, tímido em se mostrar 
Ou quem sabe, ousado
Será ele fruto do amor...
Da vingança...
Da melancolia...
Ou da esperança?

Sorri o filho do poeta!

Quer brincar com o mundo...
Com os corações...
Quer abraçar... dar-se em mãos...
Entrar nos sonhos e deles sair 
Sem deixar nada em branco...
Revestir alegrias e tristezas
De acordo com as sutilezas,
Independente das idades. 

Cresce o filho do poeta!...

Ah, quanta ansiedade em tocar um coração!
Quanta magia na procura...
Na máscara que esconderá sua loucura
Gerando o arremesso climático do prazer
Para quem acaba de renascer
Como fiel leitor... 
Ou mãe da sua própria dor.

Começa a andar o filho do poeta!

Mostra-se arredio... tímido...
Esconde-se por trás das cortinas
Quer sair correndo... tremendo... 
Temendo as críticas... as vaias...
Os olhares sedutores das saias
Ou as gravatas preconceituosas
Que deixam falir o melhor do prazer
Ou, quem sabe, morrer!

Vai amadurecer o filho do poeta!

Provavelmente,
Tornar-se-á um exemplo...
Diversos exemplares
Criticados... aplaudidos...
Imitados...
Com rugas... orelhados...
Menos circulados, mas...
Jamais esquecidos...
Fora de moda...
Sem pai... sem autoria!

Autoria: Ilka Vieira


Um comentário:

  1. Se não estou enganada, este poema lhe deu alguns prêmios. Por mim ele merece o troféu de ouro!
    Bjus,
    Raquel

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